segunda-feira, 26 de setembro de 2011

QUER SABER COMO FOI A FEIJOADA ...

"A feijoada de domingo não foi boa. Foi ótima! Quer a receita? Anota aí:

Uma boa feijoada não se faz com um só ingrediente, é preciso muitos. E de muito boa qualidade também! Eles são cozidos separadamente, mas na hora de servir precisam estar juntos e todos no mesmo ponto, a fim de garantir sabor e sucesso. Para iniciar o preparo escolha um Presidente igual a todos os anteriores e deixe-o pegar gosto. Aí é só usar! Você precisará de várias panelas e muitas, muitas mãos. Não de porco, deste usa-se o pé, o rabo, a costelinha, o toucinho. A preparação começa muito antes do dia de servi-la, quando os ingredientes do clube se juntam em rodinhas aqui e ali orquestrando o evento, antecipando os sabores, planejando os detalhes, exigindo precisão nos cálculos, o caldeirão humano fervendo de excitação! Nos dias que antecedem os companheiros vão trazendo sua colaboração e a feijoada mesmo fora do fogo já vai encorpando, tomando forma.

Na tarde do dia anterior juntam-se companheiros e ingredientes. Os homens dominam a cozinha, as mulheres cuidam do salão, igualzinho a feijoada fervendo em separado, pra se extrair o melhor de cada qual. No território masculino imperam Marcos, Dirço, Cunha, Roberto, João Pedro, Robson, Silvio e Arnaldo. Munidos de facas afiadíssimas, machadinhas, tábuas, colheres e conchas, eles subjugam os porcos cada vez mais esquartejados enquanto no salão reinam absolutas comigo a Eliane, Anélia, Fátima, Pink, Maria Clara e Eliana, entre mesas, cadeiras, toalhas e talheres (às vezes faltantes), vão montando o já conhecido quebra-cabeças. A tarde avança pela noite, chega a Celina pra suprir o bar e aplacar a sede dos “copanheiros” de plantão. Traz Yuri desanimadíssimo, febril, sonolento, fazendo de cama algumas cadeiras unidas. Robson vai bater uma bolinha com Igor, enquanto a Celina foi “convencida” a buscar mais calabresa. Ele ganhou, além da alegria do filho, uma dor de cabeça que acabou tirando a família de cena, até o dia seguinte logo cedo, quando chegaram cheios de energia e disposição. Põe água no feijão!

E dá-lhe cortar couve. Muuuuita couve. Os patos do Cunha estão rindo à toa até hoje! Não se pode dizer o mesmo do Silvio, que deu uma bobeira pra faca afiada, que segundo as más línguas (não as de porco, estas mal entraram na história), “fingiu” o corte para se livrar do corte! Eita, que foi muita couve, pra muito pato...

Domingão de sol, todo mundo firme na finalização dos preparativos. O caldo do feijoada foi engrossando com a chegada de mais companheiros. A Tininha trouxe duas ajudantes, a Ana Lúcia dominou logo as laranjas e ainda deu uma saidinha pra compras de última hora! Todo mundo cortando tomate, pra um vinagrete sem vinagre. Para desespero da Tininha eu, a Anélia e a Lúcia preparamos foi um “limãozete”! Fui então buscar meu pai, para que juntamente com seus amigos animassem "com choro" a nossa tarde. Se bem que o Cunha recomendou que o trouxesse somente para degustar a feijoada, pois que a cantoria seria por sua conta. E não é que ele canta mesmo? Então precisei ir até Ubatuba buscar nossa intercambista que estava num compromisso, o mesmo que acabou por nos privar da companhia da Maria, do Jesuíno e do João Paulo. Ausências igualmente sentidas as da Cida e do Leonardo, em compromisso familiar, enquanto Neusa e Antunes também fizeram falta, relaxando numa viagem, pra variar um pouco. Quando voltei a feijoada já era um consumado sucesso com as presenças de muitos amigos e parentes dos companheiros. De saída pude ver movimentando-se no salão a Claudete, a Mercedes, o Agostinho, a Selma, o Amauri. O Waldomiro satisfeito com sua família e especialmente feliz com a presença do tão querido Jacques Lacroix e esposa, com quem fez questão pedir uma foto, para eternizar o momento. Estavam também chegando nossos visitantes 100%, Sérgio e Meire. Por pouco tempo visitantes, em muito breve nossos companheiros, a quem receberemos no clube com imensa satisfação e carinho. Enfim, perdoem-me aqueles que não nominei, posso ter me esquecido entre uma caipirinha e outra. Caipiríssima excelentemente preparada pelo Renato, auxiliado pelo Arnaldo, piloto de provas pelo que entendi ...

Quando retornei de Ubatuba a feijoada havia virado choro! Chorinho da melhor qualidade! (a modéstia me impede de ir além com os elogios ...) E não é que teve mesmo choro na feijoada de domingo? Vi o Cunha emocionado e feliz com a seleção musical, músicas daquelas que nos trazem tão boas e caras lembranças. E não posso mentir, cada vez que ouvia do bandolim de meu pai os sons de algumas músicas que ele tocava para mim, depois para meus filhos e hoje para meu neto, saía de fininho pra não fazer feio no choro... Com a missão cumprida os companheiros se reuniram numa grande mesa para enfim saborear, depois de todos os convidados, a feijoada preparada com tanto carinho. E dali foi só partir para o abraço, dançar um pouco, relaxar, colher os louros da feijoada, com o perdão de mais um trocadilho.

Enfim, foi assim que se deu a feijoada em prol do Lar Dia que nosso clube realizou domingo passado. Mais do que feijão, pertences de porco, arroz, farofa, vinagrete, laranja, sobremesa (opa! Sobremesa não teve...), colocamos muito companheirismo, solidariedade, alegria, amor mesmo, nesta feijuca. O Presidente Marcos pediu pra eu agradecer a cada um em seu nome, e este é o jeito que sei fazê-lo: misturando todos os acontecimentos, aproveitando os fragmentos soltos no decorrer do evento, para servir-lhes se não um delicioso prato, ao menos algumas lembranças em forma de crônica. Mandaram-me dizer aos porcos que se cuidem, pois este clube domina a feijoada. E se já esqueceram como é que se faz, repito: Para iniciar o preparo pegue um presidente igual a todos os anteriores e deixe-o pegar gosto. Aí é só usar! Ano que vem tem mais, não é Leonardo?"

(Crônica de autoria da Co. Rosemary)

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